quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Adriana Marques e Simone Rasslan - Rádio Esmeralda, o Espetáculo (2004)


01. Introdução
02. Quando esse nego chega (Haroldo Barbosa)
03. Chatanooga choo choo (Harry Warren e Mack Gordon)
04. Vinheta
05. A menina do subúrbio (Eduardo França e Paulo Coelho)
06. Devolva-me (Renato Barros e Lilian Knapp)
07. É que nessa encarnação eu nasci manga (Luli e Lucina)
08. Killing me softly with his song (Norman Ginbel e Charles Fox)
09. Hino do Rio Grande do Sul (Joaquim José Mendanha e Francisco Pinto da Fontoura)
10. Negrinho do pastoreio (Barbosa Lessa)
11. No bom do baile (Barbosa Lessa)
12. Chalana (Mário Zan e Arlindo Pinto)
13. Padaria (Mário Manga)
14. As cantoras do rádio (João de Barro, Alberto Ribeiro e Lamartine Babo)
15. Jingle Schmitt (Adriana Marques e Simone Rasslan)
16. Ritmo da chuva (John Gummoe e Demétrius)

Rádio Esmeralda: uma saudade no ar...
Estava aqui trabalhando, acompanhada de meus fones de ouvido, quando resolvi escutar novamente um álbum muito especial: o CD com as 'mais mais' da peça teatral Rádio Esmeralda AM, uma comédia musical apresentada até julho passado pelas magníficas atrizes e musicistas gaúchas Simone Rasslam e Adriana Marques. Se não fosse a fatalidade ocorrida com Adriana, o espetáculo, que já contava com quase dez anos, certamente resistiria firme e seria apreciado por muitos anos ainda. Adriana faleceu prematuramente no dia 11 de julho deste ano. Foi diagnosticada hemorragia interna. Contava com 43 anos de idade e deixou marido, uma filha de 15 anos, uma excelente colega de palco e acima de tudo grande amiga, além de uma legião de fãs inconformados com o trágico destino de uma mulher admirável, que encantava a todos com sua simpatia e com sua bela e afinada voz. Hoje, ao ouvir o CD, senti imensa vontade de chorar. Tive que controlar, claro, devido estar em um ambiente coletivo e formal, mas se estivesse só, teria me debulhado em lágrimas até nas canções mais hilárias como Nessa encarnação eu nasci manga (Lulli e Lucina), Padaria (Wandi Doratiotto e Mário Manga), A índia e o traficante, entre tantas outras. Em Killing me soflty (Norman Gimble/Charles Fox), então, nem se fala: tive de ser forte. Nos espetáculos em que estive presente, sempre chorei durante essa canção, pois a união da linda e mais grave voz de Simone com a afinadíssima e aguda voz de Adriana dá a essa bela música um tom emocionante, perfeito, e é impossível que alguém não se sinta tocado por ela. No palco, as amigas interpretavam duas locutoras de uma rádio AM, representando um dia de programação. Erothyldes Malta (Simone) ficava sentada ao piano, tocando, cantando e interagindo com Cat Milleidy (Adriana), que ficava na mesa e no microfone ao centro do palco. As duas atendiam aos telefonemas dos ouvintes (e falavam mesmo, pois ligavam para dois ou três celulares da plateia), liam o horóscopo, cantavam as vinhetas, as músicas da programação, realizavam brincadeiras, entre outras performances. Levavam o público do riso às lágrimas. Pude assisti-las por três vezes, mas deveria ter ido mais, muito mais. A cada uma, havia algo de novo, além de poder rever atuações já conhecidas, mas que sempre me emocionavam como foi na primeira vez. Em todas essas ocasiões, tive a oportunidade de abraçá-las no camarim após o espetáculo. Mesmo cansadas, loucas para tomar um bom banho, jantar e descansar, as duas recebiam sorridentes e super simpáticas a todos os fãs que com elas quisessem trocar algumas palavras e tirar fotos. Numa dessas ocasiões, descobri que eu e Adriana somos conterrâneas. Falamos um pouco sobre nossa cidade. Incrível carisma! Não é à toa que era tão querida pelo público. Bem... Quem assistiu, assistiu; quem não pôde, infelizmente agora só poderá recorrer aos vídeos e ao CD da dupla. Acontecimentos como a partida de Adriana me fazem pensar muito na vida e na morte. Como pode uma pessoa na plenitude da vida, da carreira, do sucesso, cheia de planos e projetos, tão admirada por todos e tão realizada deixar este mundo assim, repentinamente? Como pode o destino fazer com que alguém como ela deixe aqui uma família, amigos e uma filha tão jovem? Não conhecemos a verdade absoluta, talvez nunca tenhamos a possibilidade de desvendá-la, então penso que resta nos conformarmos e crermos que aquela era a hora dessa adorável mulher. O melhor é mesmo acreditar que ela já tinha cumprido neste plano tudo o que lhe cabia. A nós que ficamos – familiares, amigos e admiradores –, resta termos sempre registrada em nossas mentes a imagem de uma mulher linda, forte, jovem, radiante, cheia de vida, alguém que tanto alegrou e emocionou nossas vidas com seu iluminado sorriso e sua inconfundível voz. Abaixo estão o link do site do espetáculo, dois vídeos da peça, a reportagem exibida no TeleDomingo na ocasião do falecimento de Adriana e algumas fotos.http://www.radioesmeraldaam.com.br/ (Gisele Schmidt Moitoso)

5 comentários:

  1. Estou chocado com a notícia. Ontem ouvi Xaxados e Perdidos com a Simone e perguntava pela Adriana. Incrivelmente não sabia do passamento. Uma lástima. Fica a obra maravilhosa.

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  2. Caro Gringgo, Ao tentar baixar o disco aparece a informação de que o arquivo foi deletado. É possível recolocá-lo. Grato. Paulo Horta/BH

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  3. amigo gringo sera q vc poderia postar esse disco novamente. nao acho em nehum outro lugar. abraco de boston

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  4. Muito, muito obrigado.
    Após muito tempo de procura, inicialmente ininterrupta e posteriormente sem muita esperança, eis que me deparo com este precioso arquivo que você disponibiliza aqui, para já não sentirmo-nos tão orfãos do espetáculo e daquelas riquezas musicais. Agora ajustarei um pouco o volume para reverenciar Cat Milleidy e Erothyldes Malta. Uma vez mais, amém.

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  5. Saudade é pouco para expressar o que estou sentindo...Há apenas 2 dias estava escutando o CD e me divertindo muito foi daí que resolvi procurar pelas duas e me deparei com a triste notícia, já faz 5 anos mas para mim só dois dias...Era saudade agora não sei mais...só sei que "meu coração me dói, dói / Parece que vai, vai saltar do peito / E vai rolando pelo chão, ai, que maldição"

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