Mostrando postagens com marcador Jorge Degas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jorge Degas. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Paulo Moura, Zezé Motta, Jorge Degas e Djalma Correia - Quarteto Negro (1987)


01 Folozinha (Marku Ribas / R. Amaral)
02 Sobre as Ondas (Jorge Degas)
03 Merengue (Adler São Luiz)
04 Festas da Xica (Paulo Moura)
05 Zumbi (Gilberto Gil / Wally Salomão)
06 Axé (Paulo Moura / Djalma Corrêa / Jorge Degas)
07 Brucutú (Jorge Degas / Djalma Corrêa)
08 Geísa (Roberto Guima)
09 A Quelé Menina (Djalma Luz)
10 Corta Jaca (Chiquinha Gonzaga)
11 Semba (Jorge Degas / Zezé Motta)
12 Lavadeira Blues (Paulo Moura)
13 Taisho-Koto (Djalma Corrêa)

Paulo Moura (Sax e clarinete)
Zezé Motta (Vocais)
Djalma Corrêa (percussão)
Jorge Degas (baixo, violão, vocais)

Nesse precioso projeto musical a voz de Zezé Motta, o sax e clarineta de Paulo Moura, as percussões de Djalma Corrêa, e o baixo solista e o violão de Jorge Degas fazem deste o mais interessante álbum embalado dentro dos eventos alusivos ao centenário da abolição, comemorado em 1988. Moderno, original, numa aproximação afro-jazz, o Quarteto Negro é um painel-síntese da música contemporânea do Brasil, reunindo três extraordinários instrumentistas e a excelente Zezé Motta. São nove músicas inéditas e a recriação de "Zumbi, A Felicidade Guerreira" - num registro em que o ritmo do alujá de Xangô foi estilizado pelo quarteto, com Djalma quebrando o elemento religioso e reorganizando o aproveitamento de atabaques e agogô rituais. Um repertório rico, com várias influências - "Folozinha" (Marku Ribas/ Reinaldo Amaral), por exemplo, é uma canção que mescla as formas das congadas de Minas, enquanto "Meregue" (Adler São Luiz) tem o ritmo caribenho e "Festas da Xica" (Paulo Moura) é um painel de ritmos nordestinos e "Semba" (Degas/Zezé) é uma recriação quase pós-pop do semba (e não samba) angolano, que na Bahia virou o samba de recôncavo. Duas homenagens: "Geisa", um blues do falecido Roberto Guima e "Quelé Menina" (Djalma Luz) homenagem a Clementina de Jesus misturando o candomblé angola da Bahia com o primitivo samba-carioca e o jongo. Finalmente o sempre erudito e Internacional Djalma Corrêa em "Taisho-Koto" faz um paralelo entre a escala nordestina e as sonoridades orientais (o taisho-koto é um instrumento japonês harmônico percussivo), na faixa mais livre e criativa de todas.