segunda-feira, 10 de maio de 2010

Benjamim Taubkin e Núcleo de Música do Abaçaí - Cantos do nosso chão



01- Alvoradinha (Domínio Público)
02- Cirandas – Minha ciranda / Morena vem ver / Quem me deu foi Lia (Capiba e Baracho)
03- No bater (Domínio Público)
04- O-lê-lê (Domínio Público), com Mônica Salmaso
05- Tamborim Oie-lê de lê-lê-ô (Domínio Público)
06- Ô de casa, Ô de fora (Domínio Público)

A música tradicional brasileira, se vem fazendo presente na minha vida desde algum tempo. Não sei precisar quando isto começou. Talvez quando ouvi ainda muito pequeno, minha mãe cantar, músicas de outros povos e tradições. E logo nas cantigas infantis. Isto, porém foi tomando forma, com a descoberta da música nordestina. Com o som dos pífanos, zabumbas. E curiosa e paradoxalmente, com a música de Hermeto Paschoal. E com o trabalho exemplar de Marcus Pereira, que lançou uma coleção de música tradicional nos anos 70. Já, aí, de todo o país. Desde então sempre me senti instigado a conhecer mais e melhor estas tradições. E fui descobrindo um universo mágico, muitas vezes sofisticado, incluente, religioso, profano. Onde todos tocam e fazem música. E em algumas destas escutas, me ocorriam quase que instintivamente, harmonias, contracantos. Dois projetos neste sentido me marcaram, uma harmonia que Theo de Barros fez para uma música tradicional em um dos discos do Marcus Pereira, nos anos 70, e também um arranjo de Oscar Castro Neves em um CD com um grupo de cantores tradicionais da Rússia, em um disco de um saxofonista americano, Paul Winter, nos anos 80. E então nos anos 90 a música do Chico Science trouxe um sopro inesperado nestes encontros. E fiquei ouvindo orquestras na minha cabeça. Mas isto já é outra estória. E produzimos no Núcleo o trabalho do Cupuaçu, voltado a cultura do Maranhão. E daí surgiu, a partir de uma iniciativa da Palas Athena, voltada a cultura da paz, a oportunidade de fazer música com o Abaçaí. Seria apenas uma apresentação. Mas os encontros no Parque da Água Branca, aonde o grupo tem a sua sede, tocando embaixo das árvores, as descobertas e aprendizados constantes, foram gerando um projeto, que veio se concretizar neste CD.

Benjamim Taubkin (piano)
A música brasileira e seu diálogo com as outras culturas vêm sendo o campo de atividade deste instrumentista, arranjador e compositor e produtor.Como músico vem atuando em diversas formações- que vão do solo a Orquestra Sinfônica em apresentações no Brasil e exterior.
Entre os projetos recentes que participou -como músico e arranjador – constam – Jobim Sinfônico, Samwad – Rua do Encontro, Milágrimas, Orquestra Jazz Sinfônica, Paulo Moura, Monica Salmaso. Entre os projetos atuais estão a Orquestra Popular de Câmara, o conjunto de choro-Moderna Tradição, o trio com Zeca Assumpção e Sérgio Reze, além do Coletivo América Contemporânea, que reúne nove músicos de sete países da América Latina. Realizou diversas viagens na América do Sul e América Central- com o objetivo de conhecer melhor a produção musical local e estabelecer pontes e redes de trocas. Entre os projetos especiais recentes estão- Sons e Imagens da Terra- um mapeamento dos cantos de trabalho ligados a agricultura em todo o país – Genesis- criação da trilha sonora para vídeos do novo trabalho de Sebastião Salgado. Dirige o selo Núcleo Contemporâneo – voltado principalmente a música instrumental brasileira. Está presente como instrumentista e produtor em mais de 130 discos. Dirigiu em torno de 500 concertos. Coordenou projetos em instituições como Itaú Cultural e Secretaria de Estado da Cultura.Desenvolveu diferentes programas para o SESC, CCJ, CCBB, entre outros. Participou de diversas comissões de cultura como- Premio Sergio Mota, Petrobras, Multicultural Estadão, Premio Visa, Cultura Viva etc.
É curador de música do Mercado Cultural da Bahia desde 2001- uma plataforma focada principalmente na produção brasileira e latino-americana. É membro do Fórum Europeu de Músicas do Mundo. Vem participando de seminários e encontros em todo o mundo.

Ari Colares (percussão e voz)
Percussionista e professor, há 25 anos se dedica ao estudo, à prática e ao ensino de percussão brasileira. Leciona no Centro de Estudos Musicais Tom Jobim, USP e Anhembi Morumbí. Já tocou com Naná Vasconcelos, Egberto Gismonti, etc. É músico da Orquestra Popular de Câmara, dirigida por Benjamim Taubkin e do grupo A Barca. Toca ainda com Mônica Salmaso e no Palavra Cantada com Sandra Peres e Paulo Tatit.

Sapopemba (percussão e voz)
Nascido em Penedo – Alagoas em 1947, sua relação com a música iniciou ainda garoto nos folguedos de sua cidade. Migrou para São Paulo na adolescência mas sempre se manteve ligado às tradições, principalmente em função de sua profissão de motorista que o faz viajar por todo o Brasil. Desde 1990 faz parte da Abaçaí Cultura e Arte, entidade que atua com a cultura popular do Brasil, com a qual pratica e difunde suas memórias musicais e ao mesmo tempo as enriquece com as vivências e pesquisas do grupo.
Com a Abaçaí foi, em 2002, a Cuba para as gravações do cd “Agô Cantos Sagrados de Brasil e Cuba”, pelo selo Sambata.
Em 2005 participou da trilha do espetáculo Milágrimas, de Ivaldo Bertazzo, sob a direção musical de Benjamim Taubkin

Mazé Cintra (percussão e voz)

Como cantora já integrou vários grupos vocais, tais como: Cantolivre, Cantata Urbana, Trovadores Urbanos e atualmente faz parte do quinteto feminino Véspervocal com quem já se apresentou nos principais espaços culturais de São Paulo e várias capitais brasileiras. O grupo lançou no inicio de 2004 o seu segundo CD “Ser Tão Paulista” pela CPC UMES, com direção musical de Magro Waghabi.Com estes trabalhos já dividiu o palco com músicos como: Marlui Miranda, Duofel, Elza Soares, Roberto Menescal, César Camargo Mariano, Paulinho da Viola, Uakti, entre outros. No ano de 95 começou a estudar percussão e atualmente é integrante como percussionista e cantora do Núcleo de Música da Abaçaí Cultura e Arte com direção de Ari Colares e desde o carnaval de 2002, faz parte do Bloco Afro Ilú Oba, grupo de percussão formado só por mulheres.

Neusa de Souza (percussão e voz)
O interesse pela cultura popular brasileira vem de berço. Paulistana, filha de pai mineiro nascido em Bocaiúva, interior de Minas Gerais, mestre e rabequeiro de folia-de-reis, e mãe nortista nascida em Caracol, sertão do Piauí, cantadeira de reisados. Cresceu em meio a esse ambiente e conheceu além de toadas de folias-de reis, ladainhas, cantos de trabalho e cantos e lavadeiras. Ouvia o violão de 7 cordas tocado pelo pai num grupo de seresteiros, onde sempre ao final do ensaio, cantava Barracão de Zinco ( de Oldemar Magalhães/Luiz Antônio). A partir de 1981 levou a sério essa paixão, começou a pesquisar Cultura Popular Brasileira em viagens realizadas por várias regiões do Brasil.Conheceu o Folclorista, Pesquisador, e fundador da Abaçaí – Cultura e Arte, que trabalha com cultura popular,Toninho Macedo a quem se juntou e trabalha até hoje. Desenvolveu suas habilidades como cantora, dançarina no Abaçai – Balé Folclórico de São Paulo que ajuda a coordenar e como cantora no Grupo Musical Abaçaí onde participou do CD “Agô” – Cantos Sagrados Brasil/Cuba e agora do CD “Cantos do Nosso Chão” com Benjamim Taubkin. Como fruto das pesquisas criou alguns trabalhos em grupos musicais como Show “Cantares” em que predominava a viola caipira, outra paixão. Além da música, atua como atriz no Programa Infantil “Cocoricó” da TV Cultura, como a Galinha Zazá e o Papagaio Caco e como atriz, cantora e dançarina no Musical Infantil “Guarda-Roupa de Histórias” de Márcio Araújo em cartaz desde março/2006.

Verlúcia Nogueira (percussão e voz)
Cantora e arte educadora. Estudou canto lírico com Jarbas Taurino e Marta Dalila e percussão Popular com Ari Colares e Alexandre Bionde, na Universidade Livre de Música em SP de 1994 a 2002, e arranjo vocal com o maestro Tasso Bangel. Cantou no Grupo Vocal LUMIÁ Ensemble, sob regência de Teco Galati, de 1994 a 2003, participou de cursos de canto e regência coral no festival de Inverno Campos de Jordão e do Concurso Coral da Funarte – RJ. Desde 1999 canta e toca percussão no núcleo de música do ABAÇAÍ com direção musical de Ari Colares. É cantora e percussionista do ZABANDÁ “Roda de Congo”, música tradicional Capixaba, desde 2002. Integrou a banda paulistana LUA DE NEON de 1993 a 2000. Participou do espetáculo teatral “CANTO QUE NÃO CALA” da CIA – NCPT, em 2004. De 2001 a 2004 foi percussionista da banda afro-brasileira ORIASHÉ, posteriormente, ILÚ OBÁ. É vocalista da banda FORROJÃO e cantora e percussionista do “TRIO BRASIS”. Ministrou oficinas de musicalização infantil no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil – SP. Desde 2003, ministra aulas de musicalização no projeto do “Instituto Pão de Açúcar”, coordenado e orientado por Teca Alencar de Brito. Desde 2005, é assistente da professora Teca Alencar de Brito, na TECA OFICINA DE MÚSICA.
Atualmente é parte do corpo de docentes de música na ESCOLA PROJETO VIDA de ensino fundamental.

João Taubkin (contrabaixo)

Como instrumentista atuou com a Orquestra Popular de Câmara, Toninho Carrasqueira, Carlos Aguirre, Laurence Revey, Léa Freire, Arrigo Barnabé, Gigante Brasil, Madhup Mudgal, entre outros.
Atualmente desenvolve um trabalho de releitura de músicas da tradição popular brasileira ao lado de Benjamim Taubkin e do Núcleo de música do Abaçaí, coordenado pelo percussionista Ari Colares.
Outro trabalho que se destaca é o realizado com o compositor Fabio Barros e o Grupo Grão. Trabalho autoral que busca uma nova linguagem dentro do universo da canção. Ao lado do Grupo Tricô e do “percuterista” Sérgio Reze, atua com o compositor e multi-instrumentista André Hossoi.
No ano de 2003, participou da gravação da trilha sonora do espetáculo de dança “Samwaad- rua do encontro” de Ivaldo Bertazzo, que reuniu músicos brasileiros e indianos. Em 2002, criou com Ricardo Barros, a “Vú Orquestra” – grupo formado por onze integrantes que tinha como foco a realização de músicas para espetáculos da companhia circence “Grupo Trupecia”.

Participação especial

Mônica Salmaso: voz na faixa 4
Teco Cardoso: flautas na faixa 3
Lula Alencar: acordeon nas faixas 1, 2 e 5
Paulo Freire: viola caipira nas faixas 4 e 6 e viola de coxo na faixa 5
Lui Coimbra: violoncello nas faixas 1, 2, 5

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